Brasil rebaixado: o que isso significa para o seu bolso e investimentos.

O que vai afetar na vida das pessoas comuns a retirada do selo de bom pagador do Brasil pela Standard & Poor's? O que significa essa perda do grau de investimento?
Se fosse uma pessoa, é como se o Brasil fosse considerado agora um cliente com um risco maior de dar calote. A consequência: terá que pagar uma taxa de juros maior para os credores se quiser continuar pegando dinheiro emprestado.
Como reflexo, as empresas brasileiras também devem sofrer mais para captar dinheiro.

Possíveis efeitos nos preços, no crédito e nos empregos

Essa conta mais alta das empresas deve ser repassada para o consumidor, que irá pagar mais pelos produtos ou por empréstimos, segundo o professor de Finanças Alexandre Cabral. Mas há luz no fim do tunel. "Mas o Brasil não acabou, há oportunidades de ganho para quem investir na aplicação certa."
Mauro Calil, especialista em investimentos do banco Ourinvest, concorda que não é uma "catástrofe", mas diz que as pessoas podem sentir uma piora na restrição ao crédito, aumento da inflação e, possivelmente, alta do desemprego.
"Será como uma dor de dente que não passa tão fácil e ainda tende a aumentar", diz.
Na opinião de Fabio Gallo, professor de Finanças da FGV-SP e PUC-SP, vai ficar mais difícil para a economia se recuperar, e isso terá reflexos no desemprego e na renda do trabalhador. "Não acabou o mundo, vivemos assim [sem grau de investimento] até 2008. Mas isso não quer dizer que não é ruim", diz.

Juros e dólar devem subir; prefira investimentos pós-fixados

Os especialistas acreditam que o efeito imediato do rebaixamento será uma alta das taxas de juros e também do dólar. Calil afirma que a moeda norte-americana pode atingir R$ 4,20.
O dólar alto deve puxar para cima a inflação, o que irá diminuir o poder de compra das pessoas.
Para quem tem dinheiro para investir, a melhor aplicação serão os investimentos pós-fixados (que acompanham uma determinada taxa, como a Selic ou o CDI).
Todos os demais investimentos merecem cautela, tais como ações, títulos prefixados e dólar.