Confecção mineira que começou com R$ 800 fatura R$ 3,5 milhões

Confecção mineira que começou com R$ 800 fatura R$ 3,5 milhões

O casal Willian e Cândida Pires transformou as regatas em seu negócio

Por Fabiano Candido com Isabela Moreira - 11/03/2015
Hoje a Cândida Mariá produz para todo o Brasil  (Foto: Divulgação)
O negócio do casal Willian, 40, e Cândida Pires, 25 anos, nasceu da junção de doisinsights. O primeiro ocorreu enquanto o então funcionário público de Uberlândia, em Minas Gerais, assistia ao reality show “O Aprendiz”, apresentado por Roberto Justus. O episódio em questão tinha como enfoque os negócios do mundo da moda, o que, inesperadamente, chamou a atenção de Pires. “De todas as equipes, só uma se deu bem e foi porque eles apostaram em um produto básico”, afirma o empreendedor.
Ele teve a ideia de desenvolver um produto que também fosse básico e rentável. “Naquele tempo a minha esposa Cândida usava uma regatinha preta para tudo. Tive uma sacada de fazermos regatas para vender”, diz.
Pires utilizou a quantia de R$ 800 que conseguiu vendendo seu carro para comprar os primeiros tecidos. Uma costureira da cidade produziu as 12 primeiras regatas.
As regatas são o carro chefe do negócio de Willian e Cândida Pires (Foto: Divulgação)
Na época, Pires, com 29 anos, fazia graduação em Direito e Cândida, então com 15 anos, cursava o ensino médio. Ele levou algumas regatas para vender na faculdade. Ela, na escola. A primeira remessa foi toda vendida no primeiro dia e, logo, o casal começou a reinvestir o dinheiro na produção de mais regatas.
Os empreendedores começaram a expandir sua área de atuação vendendo as peças de porta em porta e depois de loja em loja. O negócio foi crescendo e, depois de três anos, uma costureira deixou de ser o suficiente. A dupla adquiriu a mesa de corte e outras ferramentas necessárias e seguiu produzindo seus produtos para vender no atacado.
Consolidação
Pires e Cândida formalizaram o negócio e, aos poucos, foram contratando alguns funcionários. Logo, conseguiram adaptar o espaço de uma casa em Uberlândia em uma fábrica para a confecção, que ganhou o nome de Cândida Mariá.
O crescimento da empresa também fez com que os empreendedores começassem a apostar em outras peças de vestuário além das regatas. “Fomos bem resistentes no começo, pois queríamos nos tornar uma referência no que diz respeito às regatas”, afirma o empreendedor. “Primeiro nos especializamos e nos tornamos eficientes trabalhando com regatas. Depois começamos a produzir batas, shorts saia e calças legging.”
As calças legging da marca mineira ficaram populares - principalmente por causa da irmãs Kardashian (Foto: Divulgação)
A Cândida Mariá não possui um departamento de marketing ou qualquer plano de divulgação. O  crescimento da marca ocorre no boca a boca. Atualmente, a marca tem 25 funcionários e é vendida em todo Brasil e nos Estados Unidos.
A cunhada de Pires, que mora nos Estados Unidos, virou distribuidora da marca por lá. Recentemente, garante o empreendedor, as socialites americanas Kim, Khloe e Koutney Kardashian, estrelas do reality show“Keeping Up With the Kardashians”, foram vistas comprando as calças da marca mineira em South Hampton, em Nova York, nos Estados Unidos. Fotógrafos registraram o momento e a Cândida Mariá foi tão procurada virtualmente que o site da confecção chegou a ficar fora do ar por não ter estrutura para receber tantos acessos.
Em 2014, a empresa faturou R$ 3,5 milhões. O casal espera crescer este valor ainda mais nos próximos dois anos por causa da nova sede da Cândida Mariá, que deve ser inaugurada no final de maio. Segundo Pires, o local é quatro vezes maior que o atual e abrigará uma linha de produção profissional. “Vamos sair do improviso para uma estrutura profissional”.